" Uma tarde amena,...

Lido muito mal com a morte, passaria a eternidade vivendo sem nenhum problema.
Me dá a maior tristeza saber da existencia de tanta coisa que jamais poderei ver em vida.
Me especializaria em todo tipo de profissão, escutaria todas as musicas e de todos os tipos,

visitaria todos os lugares da cidade (...) Mas quase não temos tempo, quase não vivemos.
- Caroline França -

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Hoje eu encontrei um velho amigo, mas encontrar implica perda."

Cada história tem três lados, o meu, o dele e o lado onde as coisas ocorreram. O ponto de vista é o que define a questão, mas não altera o significado do tempo transcorrido entre o primeiro telefonema e a última mensagem.

A primeira vez em que nos falamos ao telefone, foi naquele dia em que você não passava do carinha esquisito e desbocado das aulas em comum. Enquanto voltava para casa caminhando por conta do trânsito, você me contava sobre o dia e sobre achar estranho e ao mesmo tempo engraçada nossa conversa. Você não queria realizar o percurso sozinho, e então ali ficamos, jogando conversa fora... Ainda hoje me pergunto sobre qual ocasião entreguei meu telefone à você.

Eu passei a ver as coisas como acontecimentos desconexos, sem pressão, sem pressa, e tempos depois tudo começou, como alguns já previam. Começamos bem, nosso primeiro encontro se iniciou comigo tímida e atrapalhada e terminou contigo rindo pela sujeira que fiz, havia chocolate por toda parte, e devo agradecer à meu acompanhante, um gentleman. Nunca imaginei nada igual, eu estava sentada à sua frente, suja de chocolate, morrendo de calor e você apenas sorria.

Já era de se esperar que eu me apaixonasse por alguém tão diferente e tão igual a todo mundo?! Momentos depois, enfim assumimos de fato um relacionamento, éramos um casal alegre, espontâneo e sem muita frescura. O tempo foi passando, inúmeras mensagens, telefonemas e brigas, claro. Chegamos a fazer coisas que normalmente eu não pensaria em fazer, nem sozinha e muito menos acompanhada, como o zoológico, por exemplo, eu estava com sono e o dia nublado, mas você me parecia feliz, muito feliz. Chegamos até a ir a uma balada comemorar o aniversário de casamento dos meus pais, hilário!

Passou-se algum tempo, e eu me pegava sorrindo lembrando das coisas absurdas as quais você discursava, coisas que de tão absurdas, davam-me liberdade para sentir-me livre de aparências, livre de clichês e qualquer coisa que me parecesse superficial, você era só você ao meu lado. Contudo, também apanhava-me, distraída, analisando sobre os pequenos detalhes em que as coisas mais importantes para ambos, nunca foram iguais, e isto complicava e comprometia a continuidade dos desejos e ambições.

E quase que sem perceber, tecemos uma história. Lembro-me de você dizendo o quanto um ano e meio era pouco tempo, não penso que ainda acredite nisto. Considero que qualquer período de tempo pode significar tudo ou nada, depende mais da forma como se deseja ver do que como realmente se vê. Não posso afirmar muita coisa, apenas que o tempo transcurso entre me apaixonar pelo seu sorriso e o último sinal seu, ainda permanecem intactos, não da forma como eu costumava entender na época, mas da forma como desejo considerar atualmente.

Há alguns dias, assistindo a um filme, ouvi uma frase que é capaz de definir este texto, dizia mais ou menos que quando olhamos para trás em algumas situações, por muitas vezes, apenas observamos as coisas boas e nos permitimos esquecer das coisas ruins, e eu já não me lembro de tanta coisa...

O que sinto? Não saberia responder ao certo, mas, às vezes, sinto uma saudadezinha chata da forma como eu costumava me sentir nos momentos de trégua, sinto uma serenidade inconstante e dúbia, sinto vontade e falta de alguma perspectiva qualquer, sinto que aconteceu no tempo errado. Mas como já diz o ditado, Deus sabe o que faz e a gente não sabe o que diz.

Tudo acontece assim, todo relacionamento, todos os nossos amores infinitos não são tão infinitos assim. Já dizia uma sábia professora, todo ex será sempre ex, e a vida segue, até um dia encontrarmos alguém o qual vamos amar mais do que já fizemos antes, e se não der certo, logo encontraremos outro alguém e assim por diante. Até, finalmente, encontrar a pessoa que nos fará sentir orgulho de construir algo junto, alguém que nos fará ver que os pequenos sinais são jóias, alguém que valha de verdade aprender a amar, alguém por quem nos apaixonaremos pelas qualidades todos os dias e aprenderemos a nos modificar para conseguir conviver com as imperfeições.


(Caroline França)

2 comentários:

  1. Adorei!!! é isso mesmo amiga! Não tenha medo de arriscar por não querer se machucar, mais vale tentar e saber que deu certo ou errado, do que não tentar e não saber se daria certo ou errado!!! Viver com essa dúvida te machucaria bem mais!!!
    Acho que era isso que queria te dizer...
    A vida é uma montanha russa.:)

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    1. Minha psicóloga predileta. Se não você, quem mais me daria conselhos? s2

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