" Uma tarde amena,...

Lido muito mal com a morte, passaria a eternidade vivendo sem nenhum problema.
Me dá a maior tristeza saber da existencia de tanta coisa que jamais poderei ver em vida.
Me especializaria em todo tipo de profissão, escutaria todas as musicas e de todos os tipos,

visitaria todos os lugares da cidade (...) Mas quase não temos tempo, quase não vivemos.
- Caroline França -

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Desconheço amor tão covarde"

Você faz essa cara de “Não me importo” tentando me convencer de que não sente falta, que não me vê em cada pequeno detalhe dos seus dias, que não fantasia o que poderia ter sido e feito, mas não foi.

Tenta me convencer de que existem coisas mais importantes e bem mais interessantes acontecendo em sua vida, que não tem saudade, que não mudou em nada e que muito pouco ou quase nada lhe interessa saber o que se passa aqui.

Tenta me convencer de que está feliz, que é feliz, que não há nada para se preocupar, que não sente vontade de chorar, que o coração está tranquilo e iguais a mim é capaz de encontrar sem que seja se quer necessário procurar...

E eu assisto e consigo até dar risada, fingindo que não vejo, fingindo que acredito, fingindo que é bobagem, fingindo que também não finjo.

(Caroline França)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena remar. Re-amar. Amar."
(Caio F. Abreu)

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu, você e todo mundo.

Eu sempre quis entender essa coisa que faz a gente querer ficar empacado, em algum canto da memória. Essa coisa que nos atinge, que nos comprime e nos diminui. Que fascina, convence e culpa. Ah, culpa. Que traz gargalhadas de saudade, beijos com sabor e até pele perfumada.

Quis entender como pode o passado estar tão impregnado em cada milésimo do futuro, como o que foi parece sempre ter mais espaço do que o que virá. Quis entender como a fé se torna escassa quando se precisa acreditar num futuro tão melhor, como há falta de coragem para dispersar o medo que se tem de andar pra frente.

Como se possui tanta descrença?! Ou melhor, como deixar de possuir tamanha descrença?! Magnífico isso de se agarrar em cada topada, em cada insucesso, em cada erro e sentir saudade do que o orgulho ferido faz questão de gritar.

São tantas as coisas que nos prendem, cada meio amigo, cada meio sorriso, cada meio amor... Mas o pior disso tudo é que a gente gosta de sofrer meio doendo, meio chorando, meio querendo.

(Caroline França)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Um quase eu, meu quase seu.

E mais uma vez, não faço ideia do que se passa. Não faço ideia do que fazer. Nem tão pouco se há ainda algo esperando para ser feito. Logo eu, que sempre soube responder a tudo, sempre soube ver o que ninguém mais podia e/ou queria ver, fiquei sem palavras. Ou o que é ainda pior, não quis procurar as palavras certas. Não pude.

Pergunto-me se eu poderia mesmo ter mudado o rumo dos acontecimentos, e se tivesse, quantos rumos a mais teria que alterar? Até quando me permitiria? Até quando alguém permite ver sua vida mudar, seus desejos e crenças pessoais mudarem por um único propósito incerto? Não foi por falta de vontade, não foi por falta de amor, não foi por falta de esforço. Isso nunca. Posso não ter dado ações que te dessem certeza, mas nunca menti para que tivesse certeza da dúvida.

É mesmo tão errado admirar as pessoas pelo seu caráter, responsabilidade, senso de justiça? Ou talvez por sua incapacidade de prejudicar alguém para alcançar objetivos, honrar pais, respeitar o espaço alheio? Será mesmo que é errado querer alguém que pense nas outras pessoas, que saiba que conquistar é preciso, que seja bom de verdade, que aprecie as coisas mais simples? Ou que apenas saiba aceitar os próprios defeitos sem que antes precise gritar em voz alta os defeitos alheios?

Que fique claro que aqui, não falo de você e muito menos estou querendo apontar qualquer coisa. Falo de mim, dos meus desejos, das minhas expectativas, do meu querer. Devo mesmo ter andado a vida toda por um mundo pessoal, um mundo onde as coisas são tão mais simples, onde as pessoas são tão mais reais. Eu me vi em algo totalmente novo, que me conquistou, me prendeu e me negou.

Eu quis. Quis mais do que poderia, mais do que deveria. Esforcei-me, mudei, te mudei. Acreditei, vivi e sonhei mais alto do que jamais havia feito antes. Mas de repente, me vi por dentro, me escutei, me precisei. Eu estava em algum outro lugar e não percebi minha ausência. Fui metade eu e metade algo que acreditei que precisasse ser. Não é culpa minha, nem sua, nem dos outros. Apenas não é.

Por incrível que possa parecer, preciso de mim agora. Preciso me conhecer, me perceber, me amar. Tenho tantos sonhos, e por algum motivo você ainda está em muitos deles. Quero-te bem. Quero-te muito bem. Quero-te aqui. E entendo a dificuldade do meu desejo, mas por mais fraca que eu possa ser, aprendi que 'sempre' não existe e 'nunca' não pode existir. Vejo-te em breve. Vejo-te muito em breve.

(Caroline França)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Me encanta.

Há tempos não acordava tão bem, tão sorridente, tão disposta. Disposta a ouvir e falar. Buscar e esperar. Querer sem precisar. Te estudar, te conquistar. O teu eu me faz bem, tua simplicidade me complica, teu sorriso me constrange. Aquilo tudo aconteceu mesmo ou foi eu, que distraída, te sequestrei em pensamento? Acontece que hoje, mais do que qualquer coisa, de repente, uma velha música resume tudo: "Permita que o amor invada sua casa coração, que o amor invada sua casa coração..."

(Caroline França)