Hoje, dia 27 de Outubro de
2011, completo dezenove anos de idade. Confesso que o número não me agrada,
aliás, envelhecer nunca me agradou em nada. Ser adulto deve ser um troço chato
que só vendo! Tenho tanto tempo para me tornar uma adulta, por que começar agora?
Por que logo agora?! Nem pisquei e já estou completando quase duas décadas de
vida.
Escuto a todo o momento
que a partir de agora o tempo voa. Escutei pelo menos sete vezes hoje, e
discordo. Sinto que o tempo voa desde o momento em que se nasce. É
inacreditável a falta que sinto dos churrascos em família que ocorriam a todo
domingo, das brincadeiras e até das broncas que nós, primos, levávamos por
pular nas camas, pelo barulho ou por irmos dormir tarde acreditando ser esta a
maior travessura de todas.
E então crescemos, e
algumas coisas se perderam. Sei que as coisas têm de ser assim, coisas velhas
precisam deixar de existir para que novas surjam. Ainda assim, daria um ano
inteiro de minha vida para reviver um domingo de minha infância.
Contudo, da mesma forma
que me entristece envelhecer, muito me orgulha ver a pessoa que me tornei e
orgulho-me ainda mais do que construí. Hoje, sinto-me um ser humano completo,
tenho uma família maravilhosa, amigos de verdade, um lar equilibrado e
saudável, irmãos inestimáveis e pais mais dedicados e felizes que os meus não
existem.
Possuo também inseguranças, medos, preocupações, paranóias e
problemas... Quem não os possui? Mas também tenho a certeza de que muito
abençoada fui, muito abençoada sou e não mudaria um só segundo do que vivi até o
dia de hoje. Até o que deu errado deu certo pra mim, quero dizer, aprendi
com meus acertos, mas amadurecer com nossos erros é inegavelmente impagável.
Espero poder errar muito ainda e procuro aproveitar tudo da melhor
forma possível, pois certamente, estes também serão tempos extremamente
nostálgicos. Também não planejarei tanto o futuro, nem tudo o que eu quis
aconteceu, nem tudo o que eu imaginei deu certo, então, que as coisas simplesmente
aconteçam. Que tudo simplesmente aconteça para mim, amém!
(Caroline França)


