Eu já deveria ter me acostumado. Contaram-me que seria assim. Mostraram-me que nada poderia ser feito. Tentaram desistência forçada. E ainda assim não acreditei, neguei-me a aceitar. Imaginava que a morte, por ser algo mais do que natural, não me afetaria. Quanta insensibilidade a minha! Quanta ingenuidade a minha!
Tenho loucura pela vida! E é exatamente por isso que me sinto tão insignificante ao ver uma vida se perder sem poder fazer nada. Ah, como dói o nada! Jamais imaginei que poderia existir sentimento igual, indescritível, inigualável, chega a ser quase como uma dor física. E única coisa que pude realizar, em um ato de conforto pessoal, foi desejar "Boa viagem, descanse em paz”.
Após uma retirada estratégica, permiti-me passar algum tempo nos corredores, observando a movimentação, e percebi então o que me diziam. A cada vida que ver partir, verei um pedaço meu implorar por socorro. Acreditem, é necessário muito mais força do que se imagina para conviver com a morte assim, tão silenciosa, tão constante, tão triste.
Quem sabe de hoje até a estação das flores, eu me acostume. Talvez me torne mais serena, mais insensível, talvez passe a encarar a morte com um quê de indiferença. Mas jamais me esquecerei do sentimento que vivenciei no dia de hoje, exatamente como disse Friedrich Nietzsche, sou um ser "Humano, demasiadamente humano!”.
(Caroline França)
Tenho loucura pela vida! E é exatamente por isso que me sinto tão insignificante ao ver uma vida se perder sem poder fazer nada. Ah, como dói o nada! Jamais imaginei que poderia existir sentimento igual, indescritível, inigualável, chega a ser quase como uma dor física. E única coisa que pude realizar, em um ato de conforto pessoal, foi desejar "Boa viagem, descanse em paz”.
Após uma retirada estratégica, permiti-me passar algum tempo nos corredores, observando a movimentação, e percebi então o que me diziam. A cada vida que ver partir, verei um pedaço meu implorar por socorro. Acreditem, é necessário muito mais força do que se imagina para conviver com a morte assim, tão silenciosa, tão constante, tão triste.
Quem sabe de hoje até a estação das flores, eu me acostume. Talvez me torne mais serena, mais insensível, talvez passe a encarar a morte com um quê de indiferença. Mas jamais me esquecerei do sentimento que vivenciei no dia de hoje, exatamente como disse Friedrich Nietzsche, sou um ser "Humano, demasiadamente humano!”.
(Caroline França)
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