" Uma tarde amena,...

Lido muito mal com a morte, passaria a eternidade vivendo sem nenhum problema.
Me dá a maior tristeza saber da existencia de tanta coisa que jamais poderei ver em vida.
Me especializaria em todo tipo de profissão, escutaria todas as musicas e de todos os tipos,

visitaria todos os lugares da cidade (...) Mas quase não temos tempo, quase não vivemos.
- Caroline França -

domingo, 31 de julho de 2011

Converso comigo e escrevo. Assim consigo me ouvir melhor.

Nada melhor para fazer. Aliás, milhares de coisas desinteressantes para fazer e eu decidindo ler cultura inútil: horóscopo, mapa astral, ascendentes, cartas e inferno astral... Por fim descobri que de hoje até dia 29/09 meu espírito estará mais egocêntrico e buscando coisas novas, minha necessidade de vencer estará em alta, meu signo está na casa de Marte e me engana que eu gosto, me engana que eu gosto...

A questão é que mesmo sabendo que todos os meus achados não passam de charlatanismo barato, ainda assim leio. Por quê? Guia básico de sobrevivência. Necessidade de ler qualquer coisa que possa dizer mais sobre mim ou qualquer coisa que pareça otimista o bastante para melhorar o estado de espírito.

Se conhecer é algo difícil, por vezes doloroso e incômodo. Reconhecer os próprios defeitos pode ser frustrante, mas aceitar a condição "defeituosa" do ser humano, uma hora passa a ser vital. E isso não basta. Doce ilusão crer que as pessoas irão te aceitar da forma como é, acredita ou transparece ser. Acreditar nisto é parar no tempo, retroceder e permanecer em constante estado utópico. E pasmem, lidar com todos estes conflitos internos e externos se chama viver em sociedade.

Pessoas são pessoas, desprezíveis ou não. Todos somos diferentes e será impossível encontrar alguém que seja exatamente como desejamos ou idealizamos. Nossos planos e expectativas devem ser construídos e emoldurados em cima de pessoas reais e não o contrário, não devemos tentar encaixar pessoas em nossos moldes pré fabricados pois nunca vão se encaixar perfeitamente. E é nessa hora em que percebemos a necessidade de mudança.

Acredito no ser humano e em suas falhas, mas acredito ainda mais em sua capacidade de mutação. Entretanto esta não ocorre de forma fácil, clara ou indolor, muito pelo contrário, mudar dói. O ser humano é acomodado, me incluo nesta constatação. Não se altera sem alguma necessidade, mudamos quando precisamos mudar, quando notamos o preço a ser pago caso a mudança não se dê, quando ocorre auto-reflexão e realmente acreditamos nos benefícios a serem acarretados a partir da mesma. Caso contrário, fazemo-nos desentendidos, mais fácil e não nos custa nada em princípio.

Desde sempre aprendi que devo escutar as críticas e, mesmo desacreditando, devo refletir sobre o que foi dito e levar em consideração a opinião alheia. Tornei-me alguém melhor e acredito estar em constante evolução. Algumas pessoas não acreditam nisso, as vejo pouco inteligentes, o que se perde na busca de se olhar verdadeiramente, sem mascarar ou disfarçar os desvios de caráter, justiça e talvez bondade? Penso que é necessária maturidade para tanto, e isso não tem a ver com idade. Cada qual tem seu tempo de se auto descobrir, se bastar, de não precisar estar sempre em turma, namorando ou na companhia de alguém evitando estar só consigo mesmo.

Também estou aprendendo, amadurecendo e tratando de agregar valores à tudo que se faz importante, porque até o que não tem vida pode ter serventia se trabalhado de forma correta.


(Caroline França)

domingo, 17 de julho de 2011

Não se preocupe, a beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos.

Sabe quando você assiste a um filme que aparentemente fala tudo a seu respeito? O engraçado dos filmes de romance é que eles são iguais àquelas modelos magérrimas que você olha nas revistas e sente até uma pontadinha de inveja por serem tão perfeitas e parecerem tão seguras e felizes, mas acontece que elas não passam de figuras trabalhadas por um único Deus: Photoshop. São inexistentes.

Do mesmo jeito que não existe mulher sem celulite, não existe sempre final feliz. Esse papo tolo de dizer que se não está tudo bem é porque ainda não acabou, me parece história de
gente preguiçosa que prefere se acomodar com as situações e usa provérbios pra justificar sua falta de iniciativa.

Somos todos tão ansiosos que deixamos de ver as inúmeras possibilidades que se mostram todos os dias. Quero dizer, com tantas pessoas no mundo, porque chorar por aquele sacana que mentiu, te traiu ou simplesmente sumiu? Se formos responsáveis pelos sentimentos que atribuímos aos outros, o que nos impede de “desatribuir” e dar a outro alguém? Existem tantos alguém por aí. Isso acaba virando carma de novela mexicana.

Acontece que somos um tanto quanto masoquistas também, amores não correspondidos,
ciúme e amores platônico
s dão aquele tempero todo especial, deixam a vida movimentada, a cabeça ocupada e o coração vivo.

Sofrer também é preciso e faz um bem danado quando passa, quando ganhamos um amor novinho, daqueles que te deixam acordada por noites e você passa horas pensando na roupa que usará para encontrá-lo. E é então que percebemos que são os desamores que nos ensinam que existem pessoas muito especiais e é possível ver anjos em todos os lugares, basta reconhecê-los.

(Caroline França)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Flores de plástico não morrem.

Eu não chorei. Nem quando veio, nem quando foi. Não chorei quando a única coisa que eu quis ouvir era o que você não teve coragem de me contar, e eu quis matar você por isso. Não foi essa mentira em si, foram todas as possíveis verdades que se anularam por conta da mentira em questão. Digo possíveis, pois já não convém crer ou descrer nas mesmas.

E ainda com todos os talvez, eu não chorei. Nem uma lágrima, nem um soluço se quer. E é por isso que tenho vontade de te bater cada vez que passo pelo banco onde amava estar com você, cada vez que tomo suco de pêssego que detesto e você adora, ou cada vez que alguém reclama de coisas insignificantes como você gostava de fazer. E mesmo com todas essas coisas insuportáveis gritando em minha cabeça sobre quão cheios de você estão os meus dias, eu não chorei.

Esta noite, disquei seu número centenas de vezes, por infelicidade não adiantou apagar seu telefone do celular, já que não consegui esconder da memória mais este resquício de você. E não liguei! Por que ligaria? Aposto que sua covardia não o deixaria atender e seu orgulho o mataria se fizesse.

Aí então, sentada na cama, com um silêncio ensurdecedor e uma nostalgia doída, chorei. Chorei como criança, por me odiar ao sentir sua falta, ou por querer te amaldiçoar a cada vez que pensar em qualquer outra coisa senão em mim. Chorei como agora, ao escrever como você já não tem nada a ver comigo, e mais nada a ver com isso.

(Caroline França)