" Uma tarde amena,...

Lido muito mal com a morte, passaria a eternidade vivendo sem nenhum problema.
Me dá a maior tristeza saber da existencia de tanta coisa que jamais poderei ver em vida.
Me especializaria em todo tipo de profissão, escutaria todas as musicas e de todos os tipos,

visitaria todos os lugares da cidade (...) Mas quase não temos tempo, quase não vivemos.
- Caroline França -

sábado, 31 de julho de 2010

Eu estava bêbado de alegria em pânico.

Já estava atrasada, pra variar, mas a culpa não é minha se os ônibus ainda não são movidos a jato ou se eu ainda não ganhei um helicóptero de aniversário. Acredito que nunca corri tanto para chegar, mesmo que sem sucesso no horário marcado, mas ainda assim o pequeno grupo estava a minha espera. Cumprimentei a todos e seguimos para os elevadores, só de entrar no recinto senti um frio enorme na espinha e para ajudar todos nos olhavam como se fôssemos alyens perdidos que acabavam de pousar de uma nave espacial.

Chegamos ao décimo andar e me deparei com um grande corredor com várias portas e uma recepção, sim este seria meu local de trabalho pelo próximo mês. Conheci os funcionários, os locais onde ficavam os materiais, alguns pacientes e tentava absorver as informações que me eram passadas rapidamente, sem contar na preocupação de saber como voltaria para casa já que o fim do mundo é bem longe de lá. Pronto, o primeiro dia já havia acabado muito mais fácil e rápido do que a minha mente fértil havia imaginado: sangue para todos os lados, correria, médicos a todo vapor... Nada disso, estava tudo sob controle e calmo.

No segundo dia foi bem melhor, mesmo com o pavor que ainda me atormentava, tentei fazer o melhor que pude, a princípio estava totalmente perdida mas acabei relaxando depois de ver que não era a única. Terceiro dia bomba, foi a sensação mais estranha que já tive, é incrível a "frieza" que é necessária quando um paciente vai à óbito e o quanto isso mexe com a sua vida daí em diante, até o simples ato de chegar em casa tem um gosto diferente. É óbvio que a cada dia estamos mais próximos de nossa morte, e vê-la assim tão de perto é assustador, mesmo para alguém da minha idade.

Os dias que se seguiram foram um pouco corridos mais muito gratificantes, claro que com o tempo as coisas vão ficando mais naturais e com certeza você vai perdendo a cara de estou apavorada e tentando desesperadamente disfarçar.

A cada dia tenho mais certeza de que essa é a minha praia, não tem nada que pague a satisfação de cuidar de alguém e ter gratidão em troca. Cada vida tem seu valor e deve ser vista como tal, assim como cada paciente é um ser humano e poderia ser qualquer um de nós. Dou muito valor a isso, dou muito valor a vida!!

(Caroline França)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

E há quem diga que é possível renascer todos os dias.

Você só descobre mesmo do que é capaz quando é testado, e diante das circunstâncias, mesmo que sua mente lhe mostre a derrota, o importante é se manter em pé. Mesmo que o choro se faça presente, mantenha seu coração calmo e sua mente tranquila, pois ainda que demore, tudo tem seu começo, meio e fim. Até as tempestades mais fortes e as felicidades aparentemente inabaladas tem seu tempo de duração. Aproveite as tempestades para ver quão forte és, para descobrir quais coisas são realmente importantes em sua vida, e no fim, será um ser humano muito melhor e mais forte. Portanto, nunca tema as dificuldades, não importa quão estreita seja sua coragem ou quão cheia de punições seja a estrada pela qual terá que percorrer. Seja dono do seu destino, seja guardião de sua alma.

(Caroline França)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Nossas aspirações são nossas possibilidades.

Será que quando agente deseja muito uma coisa o universo conspira mesmo a nosso favor? E se o que eu desejo não for o que eu realmente preciso, ainda assim o universo conspiraria a meu favor? E como saber se o querer é o bastante a ponto de receber uma ajudinha dos céus se as coisas não dependem unicamente do desejo de uma só pessoa? Com ou sem a ajuda do universo eu quero, e muito. Mesmo que isso acabe comigo no fim, e dizem por aí que no fim tudo fica bem, certo (?)Só espero que Deus me ajude e não me deixe matar ninguém.

(Caroline França)